Depois de uma certa desconfiança do mercado político, em função dos movimentos agressivos feitos nos dois últimos anos em extensão de sua influência política, o presidente da Assembleia Legislativa, deputado Marcelos Santos (União Brasil), lançou um olhar 44 em direção ao Palácio Anchieta e garantiu apoio ao projeto político do governador Renato Casagrande (PSB) para 2026, inclusive em relação à indicação de seu sucessor, pela ordem de preferência, o vice-governador Ricardo Ferraço.
Numa entrevista coletiva de prestação de contas no último dia de atividade do plenário no ano, Marcelo disse que não cortou o “cordão umbilical” com o Anchieta. A colunista Fabiana Tostes, da Folha Vitória, interpretou o gesto como “uma demonstração pública de que quer (e quer muito) continuar à frente do comando do Legislativo no próximo biênio”.
Marcelo não cravou que é candidato à reeleição da presidência da Mesa Diretora. Ao ser questionado, disse que tem o direito e que está “inclinado” a disputar, mas que irá discutir o assunto em janeiro, com o governador.
“Eu tenho direito de disputar a reeleição e só posso disputar mais uma vez, pelo entendimento recente do STF. Estou inclinado a disputar. Estou sendo cobrado pelos meus colegas deputados para que continue à frente do Poder Legislativo. Não discuti isso com o governador. Vamos iniciar essa discussão em janeiro e, naturalmente, decidindo disputar a reeleição, vou buscar o apoio do governador e do vice”, afirmou o presidente.
Deixar as negociações da Mesa Diretora para janeiro partiu do governo do Estado que, por meio da Casa Civil, chamou os deputados e pediu para que, nesse momento, eles não assinassem lista e nem empenhassem a palavra em apoio a nenhuma candidatura.
Algo que o governo tem dito também, em alto e bom som, é que Casagrande participará “ativamente” do processo da Mesa Diretora, registra a colonista, “como participou na eleição passada, quando Marcelo foi escolhido em detrimento do deputado Vandinho Leite (PSDB) que, inclusive tinha uma lista com 24 deputados o apoiando”.
Outro colunista, Vitor Vogas, do portal ES360, não tem dúvidas: “Na prática, o presidente da Mesa Diretora lançou sua pré-candidatura à reeleição por mais dois anos no comando da Assembleia e usou o momento para passar alguns recados públicos, voltados para a sociedade capixaba, para a classe política e, acima de tudo e de todos, para o governador Renato Casagrande (PSB)”.
Vogas também registra: “Marcelo sabe que, na balança de Casagrande, para definir seu apoio na eleição da Mesa em janeiro, pesará muito este fator: o grau de comprometimento do próximo presidente da Mesa com o projeto eleitoral liderado por ele; o quanto o presidente, no próximo biênio, estará disposto a garantir navegação em águas calmas não só para ele, mas, principalmente, para Ricardo, caso o vice-governador assuma mesmo o governo no seu lugar em abril de 2026”. (Dos Editores)
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