Os policiais militares envolvidos na ocorrência que resultou na morte de Gustavo Barbosa Batista, de 22 anos, na noite de 13 de novembro, em Mantenópolis, no Noroeste do Espírito Santo, foram indiciados. A investigação aponta o cabo Allyson Augusto de Miranda como o autor do disparo que matou o jovem. Ele foi indiciado por homicídio e fraude processual. Já o cabo Bruno Costa de Oliveira foi indiciado por fraude processual.
De acordo com a apuração da Polícia Civil, os policiais apresentaram uma versão falsa no Boletim de Ocorrência. No documento, relataram que uma mulher teria os abordado em Mantenópolis, informando sobre um suposto acidente no distrito de São José, onde um rapaz estaria morto. Essa região, situada na zona rural, fica a cerca de 7 quilômetros do centro da cidade.
Contudo, as investigações indicam outra realidade. Segundo a Polícia Civil, os policiais teriam iniciado uma perseguição contra o jovem, que pilotava uma moto, após ele desobedecer a uma ordem de parada. Durante a ação, o cabo Allyson efetuou disparos, sendo que um deles atingiu a nuca do motociclista, pelas costas. O exame realizado por um médico legista do Serviço Médico Legal (SML) de Colatina confirmou o ferimento por arma de fogo, desmontando a versão apresentada pelos militares.
A Polícia Civil informou, em nota, que o inquérito foi concluído no dia 4 de dezembro deste ano, com o indiciamento de um dos policiais pelo crime de fraude processual e do outro por homicídio e fraude processual. A corporação esclareceu que não foi pedida a prisão preventiva dos acusados, pois os requisitos legais para a medida não foram atendidos.
O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) também se pronunciou, afirmando solidariedade à família da vítima e à sociedade diante do grave crime. O órgão confirmou que recebeu o inquérito para análise e adoção das providências cabíveis.
Em nota, a Polícia Militar declarou que “esclarece os fatos envolvendo os cabos Costa e Allyson, que estavam de serviço no município de Mantenópolis no dia 13 de novembro de 2024, e são alvos de denúncias relacionadas à sua conduta durante a ocorrência”. A corporação explicou que os policiais foram acionados para atender a um suposto acidente envolvendo um motociclista, que teria sido encontrado morto no local. No entanto, dias depois, denúncias levantaram a possibilidade de homicídio, ao apontar uma perfuração na nuca da vítima.
Diante das acusações, as Polícias Militar e Civil abriram investigações. Os dois policiais tiveram suas armas apreendidas e foram transferidos para outra localidade, a fim de garantir a integridade do processo investigativo. A PM reiterou seu compromisso com a transparência e a legalidade, destacando que todos os direitos constitucionais dos envolvidos estão sendo preservados durante o andamento das apurações.
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