Um casal de empresários de São Mateus, a 210 quilômetros de Vitória, na microrrregião Nordeste do Espírito Santo, foi indiciado pela Polícia Civil por agiotagem, extorsão e lavagem de dinheiro. O homem foi preso e a mulher apenas indiciada.
O homem usava, publicamente, um nome falso de Átila Dantas, segundo fontes da reportagem. Com o nome verdadeiro de Wamerton Ramos Dantas apresenta-se no LinkedIn como “profissional de construção”.
O suspeito é dono de uma construtora e incorporadora que não tinha funcionários e movimentava mais de R$ 15 milhões por ano. Uma empresa de fachada, segundo a Polícia, para ocultar negócios ilegais, num escritório num prédio residencial no Balneário de Guriri.
A mulher dele, Laís Cesconeti, apresenta-se no Linkedin também como técnica em edificações e secretária do Residencial Gonden Garden desde 2016 até os dias atuais. Também menciona ter sido técnica em edificações da Prefeitura de São Mateus por dois anos, entre 2012 e 2014.
As investigações corriam desde 2021, o inquérito foi concluído e a operação “Aggio” deflagrada no último dia 1º, mas seu resultado divulgado somente nesta segunda-feira (11) pela Delegacia Especialiazada de Investigações Criminais (Deic) de São Mateus, em entrevista coletiva na Chefia da Polícia Civil, quando o delegado José Eustáquio deu detalhes do caso.

As investigações revelaram que as vítimas eram ameaçadas de morte quando não conseguiam quitar suas dívidas, sendo forçadas, sob grave ameaça, a transferir bens móveis e imóveis para os suspeitos como garantia de dívidas adquiridas em usura (juros explosivos e ilegais)
A Operação “Aggio”, deflagrada no último dia 1º, levou à prisão de um dos suspeitos, bloqueio de cinco veículos, sendo dois deles apreendidos, e à apreensão de documentos, dinheiro, armas e dispositivos eletrônicos, além do bloqueio de 23 contas bancárias e rastreamento de mais de mil transações de criptoativos.
Segundo o chefe de Polícia, delegado José Darcy Arruda, a operação indicou que a empresa movimentou 214 verzes mais do que declarou na Receita Federal. A operação terá desodobramentos.
Segundo o delegado José Eustáquio, ao investigar denúncia de extorsão e agiotagem do casal, a Polícia detectou a movimentação atípica na empresa ligada aos suspeitos. Vítimas davam como garantia imóveis e veículos para pagamento de empréstimos.
“Quando não havia pagamento, extorquiam as vítimas. Sob ameaça, transferiam bens móveis e imóveis para a empresa ou para as pessoas físicas indiciadas. A gente notou a necessidade de bloquear cinco veículos e 23 contas bancárias que eram usadas pelos indiciados, que fizeram mais de mil transação digitais em várias redes de criptomoedas”, disse o delegado.
Segundo o titular da Deic de São Mateus, a empresa não tinha placa ostensiva e nem estava no local indicado como endereço à Receita Federal.
“Mas identficamos com diligênica o escirtório em prédio residencial sem placa ostensiva, atípico para quem moviemnta esses valroes. Um escritório discreto, onde apreendemos contratos de compra e venda de gaveta num total de R$ 5 milhões. Prendemos o suspeito com arma de fogo, registrada, mas ele não tinha o porte. Indiciamos ele e a mulher por lavagem de dinheiro, usura e extorsão”, disse o delegado.
As investigações começaram quando uma vítima, da região serrana do Estado, procurou a Polícia e prestou queixa dizendo que sofria pressão do agiota e estava tendo problemas psicológicos. A dívida de R$ 15 mil já estava em mais de R$ 200 mil e, segundo o delegado, o agiota subvalorizava os bens da vítima e a forçava a assinar contratos de compra e venda, além de supervalorizar a nota promissória do empréstimo.

A Polícia informou que o inquérito corre em segredo de justiça, porque ainda serão deflagradas várias fases. O hormem preso atual há muitos anos com agiotagem e ostenta, junto com a mulher, Laís Cesconeti, um padrão de vida incompatível com sua renda oficial.

“Dele, nós pedimos a prisão, porque era o operador. Ela, por enquanto, está apenas indiciada. Ela usufruía de todas as benesses patrocinadas pela ilegalidade. Vamos continuar investigando”, disse o delegado. (Da Redação com SESP)
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